25 de mar. de 2010

Terapia Floral - Historia, Doença e Cura

Um Pouco de História
As flores são utilizadas pelo homem há milhares de anos, os egípcios já usavam com intenções curativas para o corpo e a alma. Há registros do uso das flores na religião, na comida, e no dia a dia do ser humano há pelo menos 5.000 anos.
 Na fitoterapia, as flores são muito usadas por conter, em sua maioria, uma alta concentração de princípios ativos.
A Terapia Floral começou oficialmente com Dr. Edward Bach (1886-1936), médico inglês, bacteriologista, pesquisador que criou o sistema de tratamento através de essências florais.
Dr. Bach aos 43 anos, no auge da sua carreira, abandonou tudo em resposta a um chamado interior, que fez com que ele fosse ao campo em busca de novos remédios, assim nasceram 38 que deram origem às essências florais e aos escritos : cura-ti a ti mesmo e os doze remédios, que hoje em dia se encontram em um mesmo livro que fala sobre a natureza da doença e ensina a usar os remédios florais.
Apesar de, no mundo contemporâneo, ter sido Bach o criador das essências florais, há indícios do uso das flores de maneira semelhante pelos egípcios e outros povos há milênios atrás.
Hoje em dia a Terapia Floral é conhecida no mundo todo como um tratamento válido e reconhecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde), e, no Brasil é muito utilizada existindo até em alguns postos de saúde.

A Doença
Para falarmos de terapia floral temos antes que definir o conceito de doença, o que é a doença?
Dr. Bach tinha um olhar interessante sobre a natureza desta, isso fez com que se formasse uma filosofia associada à terapia floral, uma visão aprofundada do processo de saúde e doença e da Cura.
No livro cura-ti a ti mesmo Bach diz sobre a doença:
“...Em essência, a doença é o resultado do conflito entre a Alma e a Mente, ela jamais será erradicada exceto por meio de esforços Mentais e Espirituais...”
(BACH, CURA-TE A TI MESMO, P.16)

“a doença, posto que pareça tão cruel, é benéfica e existe para o nosso próprio bem; se interpretada de maneira correta, guiarnos-á em direção aos nossos defeitos principais. Se tratada com propriedade, será causa da supressão desses defeitos e fará de nós pessoas melhores e mais evoluídas do que éramos antes.”
(BACH, CURA-TE A TI MESMO, P.18)

Esta visão da doença como algo profundo, começando de padrões sutis/abstratos como a mente e as emoções, que vai em direção ao físico é a base de toda a terapia Floral, bem como toda a forma de terapia Holística, onde é considerado o ser como um Todo, onde todas as partes estão entrelaçadas e são inseparáveis.
Cada indivíduo tem uma maneira de ver o mundo, suas crenças, sua filosofia de vida, seu ideal de felicidade. Isso faz com que sua busca seja de determinada maneira, o individuo busca viver aquilo que ele acredita que é real e que é interessante pra si mesmo. Nessa busca e através dessa ótica individual as emoções se manifestam, dependendo do valor que se dá a cada situação, cada dificuldade interna ou externa, essas emoções se manifestam de maneira diferente.
Quando uma emoção se manifesta elas provocam sensações, e sensações se manifestam no corpo físico através de agentes químicos que nossas glândulas secretam, por isso associamos no corpo as emoções, um exemplo: “quando vejo determinada pessoa sinto frio na barriga”; “Isso me dá um nó na garganta”; “Sinto um peso enorme nos ombros com o meu trabalho”; “Fiquei tão alegre que parecia que meu peito ia explodir de felicidade”.
Essas frases são só alguns exemplos dessa atribuição, esse vínculo, que fazemos inconscientemente e instintivamente, das emoções com o corpo físico. E por conta dessa manifestação química as emoções alteram o funcionamento do corpo, pra melhor ou pra pior dependendo muito de como se manifestam, assim, com um funcionamento prejudicado em determinada área do corpo as doenças físicas começam a aparecer.
Nossa mente é inseparável do corpo, como disse antes, estão entrelaçadas e são interdependentes, nossa mente atribui simbolicamente determinados valores e significados, até de maneira inconsciente, a certas partes do corpo, por conta disso existe uma linha de estudos da Psicologia chamada Psicossomática, onde estuda-se a relação da doença com a Psique, as Emoções e o Comportamento.

O Processo de Cura
Com o conceito de doença definido como algo que em essência começa com a nossa visão das coisas, vai pro valor que atribuímos a elas, depois pras emoções, depois pro corpo físico, podemos tratar do conceito de Cura.
A Cura é algo que em essência é abstrato, se pensarmos como o Dr. Bach, curar é seguir o chamado da doença até a sua raiz, mudando a atitude mental, a forma de ver determinada coisa, cortamos a reação em cadeia desde o inicio. Concertar o físico é só uma medida emergencial, se não concertarmos o que veio antes dele o problema sempre volta, na forma da mesma doença ou mesmo de outras.
Tomar consciência dessa relação é o primeiro passo, depois disso começamos a nos observar e perceber nossas ações, nosso corpo. Tomar consciência faz com que o julgamento também mude.
O grande problema do Ser Humano é fazer as coisas de maneira automática, é ficar fora do presente, usar de padrões antigos de experiências anteriores como referencia pra algo que julgamos parecido. Nada é igual, cada momento é diferente em absoluto, pois tudo está em constante mutação, ficar preso ao passado faz com que enxerguemos o passado no nosso presente, um exemplo: “os homens não prestam, nunca mais vou ter um relacionamento, meu antigo namorado me mostrou muito bem isso”; “Sinto raiva toda a vez que vejo um cobrado de ônibus, são todos mal educados...”
Uma frase de Santo Agostinho em Confissões ilustra bem a relação errada que temos com o tempo:
 “Se o passado é o que eu, do presente, recordo e o futuro é o que eu, do presente, espero, então não seria mais correto dizer que o tempo é apenas o presente? Mas quanto dura um presente? Quando acabo de colocar o ‘r’ no verbo ‘colocar’, este ‘r’ é ainda presente ou já é passado? A Palavra que estou pensando em escrever a seguir é presente ou é futuro? O que é o tempo afinal? E a Eternidade?”

Nossa relação com o tempo é ilusória, passado e futuro são só imaginação, só o presente é real, é consciência, é eterno. Ele é.
A questão do tempo nos ensina que se aprendermos a vivenciar as experiências como coisas novas, únicas, libertando dos padrões velhos, seremos muito mais saldáveis. A doença em raiz necessita do tempo, do linear, pra continuar existindo, se o tempo se vai, a causa, que está posta no passado ou em uma projeção do futuro, também se vai.
A questão é que precisamos da referencia do tempo muito menos do que imaginamos, por isso quando estiver fazendo algo, faça só aquilo, esteja presente, lide com o absolutamente novo, sem expectativas e seu potencial será muito maior.

Como Funcionam as Essências Florais
As essências florais funcionam de maneira sutil, de forma semelhante à homeopatia. As flores possuem, como tudo, uma parte sutil, uma energia e uma informação atribuída à essa energia. A informação é algo fundamental em tudo que existe:
“...por não possuir energia intrínseca, não ocupa espaço, não tem inércia, não esta sujeita às leis restritivas da matéria não pode ser destruída e nem ao menos faz sentido dizer que foi criada. Não obstante, ninguém em sã consciência diria que ela não existe. Ela pode ser chamada de Informação...”
(ROCHA FILHO,2004, p. 124)

 Esta informação que cada flor contém é passada para a água, e da mesma forma que na homeopatia, é assimilada pelo nosso corpo sutil.
Cada flor possui uma informação diferente, um movimento que se traduz através das cores, formas, comportamento da planta, habitat etc. Estas diferentes assinaturas tratam de diferentes problemas do Ser Humano, cada um com uma raiz diferente.
O Dr. Bach identificou e assimilou, através de observações e vivencia, cada uma das suas 38 essências, definindo assim para que serve cada uma delas, criando inclusive uma fórmula composta por várias flores chamada Rescue Remedy.
Os florais ressoam, vibram, se identificam com padrões internos, reforçando esses padrões e tornando eles mais aparentes pra consciência. Isto faz com que o movimento de conscientização e de cura fique mais fácil. Porém a chave é a própria pessoa, nada nem ninguém cura ninguém, somente a própria consciência escolhe mudar e pensar de forma diferente, por isso os florais tem o papel de ajudar a enxergar e a entender os padrões sutis daqueles que já escolheram olhar pra si e que estão dispostos a se tornarem pessoas melhores.

Caio Fábio Schlechta Portella - Naturólogo

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